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Impacto da AI na cultura organizacional

Cultura
Futuro do Trabalho

Publicado em:

Para RH

Nos últimos meses, à medida que produtos de inteligência artificial avançavam na velocidade da luz, notícias sobre o impacto dessa tecnologia nas organizações se espalhavam na mesma proporção. O assunto caiu na boca das pessoas e dominou inúmeras pautas. O medo sobre a substituição humana se emaranhava com o entusiasmo da inovação.

Porém, nada foi dito sobre como a cultura organizacional vai acompanhar esse movimento. Afinal, se é algo que vai transformar os negócios, as formas de trabalho e as relações humanas, isso terá um impacto cultural sem precedentes nas organizações.

A cultura é o negócio na prática e ela mora na coerência do dia a dia e não nas apresentações inspiracionais. Lembro até hoje de um exemplo simples sobre isso. Durante uma sessão de mentoria com uma empresa no segmento de energia, foi colocado que havia uma dificuldade em promover um espaço de descompressão super bacana que eles inauguraram no escritório e que ninguém se sentia à vontade para usá-lo. Questionei se junto com o ambiente informal implementado, havia sido feito uma revisão na cultura para conversar com a nova proposta, como uma comunicação interna mais próxima, regras de dress code mais flexíveis, apoio da liderança etc.

Agora imagina se um simples espaço gerou desconforto perante a cultura vigente, imagine uma tecnologia nova.  E, se eu quero estar na frente dessa corrida, como devo preparar a cultura da minha empresa para receber essa transformação?!

Pois bem. Essa é a reflexão que ficou na minha cabeça nas últimas semanas. Tinha algumas ideias a respeito, mas antes de afirmá-las, resolvi perguntar para a própria inteligência qual era sua opinião.

Primeiro perguntei qual era seu impacto nas empresas. E a resposta foi exatamente essa:

  • Aumento da eficiência e da produtividade dos processos.
  • Promoção da inovação, da criatividade e estímulo à experimentação.
  • Melhoria na comunicação e na colaboração, facilitando o compartilhamento de informações e conhecimentos entre equipes.
  • Aprimoramento da tomada de decisão, fornecimento de dados, análises e recomendações baseadas em evidências e algoritmos.
  • Aprendizagem e desenvolvimento contínuo.

Para a minha surpresa, a conclusão da própria AI foi:

"exigindo mudanças culturais e comportamentais, demandando novas habilidades, atitudes e valores dos colaboradores e líderes."

Golaço! Não é possível implementar algo tão disruptivo se inovação, dados, ética, aprendizagem contínua, comunicação e colaboração não estiverem nas principais pautas da sua cultura. Isso gerará mais resistência das pessoas do que interesse. É fundamental que as organizações se preparem para aproveitar os benefícios e enfrentar os desafios da AI na sua cultura organizacional.

Imagina a seguinte situação: sou uma empresa que não trago nenhuma pauta de inovação no meu dia a dia. Não dou abertura para as pessoas errarem. Não promovo espaço de colaboração para testar novas ideias. Não estimulo a curiosidade. Não discuto as tendências do mercado. Mas, da noite para o dia, o mundo está surfando a onda da inteligência artificial e eu não posso ficar para trás. Como convencer o time a lidar com essa tecnologia se as pessoas terão mais medo do que curiosidade para testá-la?

Isso é um dos inúmeros exemplos do impacto interno da implementação do AI. Por isso, segui com a minha pesquisa e fiz a segunda pergunta. O que as empresas precisam fazer para se preparar? E a resposta foi:

  • Mudança cultural nas organizações
  • Estabelecer uma visão estratégica e um propósito claro para o uso da IA
  • Envolver os colaboradores e os stakeholders na definição e na implementação dos projetos de IA.
  • Desenvolver uma cultura de aprendizagem para acompanhar as evoluções.
  • Garantir que os sistemas de IA sejam éticos, transparentes e confiáveis, respeitando os valores e os princípios da organização.
  • Investir na capacitação e no bem-estar dos colaboradores, promovendo a diversidade, a inclusão e a colaboração.

Não preciso falar mais nada para acender atenção máxima aqui. O avanço do AI precisa ser acompanhado por uma transformação cultural para que a ferramenta gere o impacto positivo esperado pelo negócio.

Será campeão aquele que, na linha de largada, olhar para a estrutura da sua organização e implementar valores, comportamentos, princípios, ferramentas, processos, ritos e muitos outros pontos alinhados com o impacto da nova tecnologia.

Saia na frente nessa corrida!

Natália Zeferino 

Especialista em Cultura e Head de Comunicação na Chiefs.Group

Autor

Natália Zeferino

Head de Comunicação e Comunidade

Formada em Midialogia e pós graduada em Marketing Organizacional, ambos pela UNICAMP, iniciou sua carreira atuando como assessora de imprensa e comunicação institucional. A área de Gente logo cruzou seu caminho e se transformou em uma paixão. Há mais de 10 anos trabalhando com RH em empresas de tecnologia, liderou a área em momentos de transformações organizacionais, além de tornar-se especialista em temas sobre Cultura, Comunicação Interna, Engajamento e Experiência. Depois da trajetória na Movile, iFood e Facily, hoje é Head de Comunicação e Comunidade na Chiefs.Group, HR Tech pioneira em open talent economy no Brasil. Possui atuação e experiência profissional com esses temas no Brasil, México, Colômbia e Argentina.

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