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Qual o momento certo de rever a cultura da minha empresa?

Cultura

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Para CEO

Em um mundo empresarial que se transforma a uma velocidade exponencial, a cultura organizacional se torna um pilar fundamental para a sustentação do crescimento e da inovação dentro das empresas. Por muitas vezes na minha trajetória fui questionada se a cultura deveria mudar e se isso não impactaria a essência da empresa. Então resolvi trazer um pouco da minha experiência para compartilhar quando, exatamente, é o momento certo para uma empresa revisitar e possivelmente reformular sua cultura.

O grande indicador da hora exata é quando o seu negócio passa por mudanças estratégicas significativas e que a cultura atual já não atende mais e não consegue servir a essa nova estratégia. Na grande maioria das vezes, não tem erro. 

Abaixo trago alguns exemplos do que podemos chamar de mudanças estratégicas que deveriam vir acompanhadas de uma possível reformulação da cultura:

1. Desalinhamento com a Missão e Visão:

Quando percebemos que as ações e comportamentos dentro da organização já não refletem mais os valores, missão e visão estabelecidos. Aqui o sinal é claro de que a cultura precisa ser revisitada. A cultura deve ser o reflexo vivo desses princípios, orientando decisões e ações.

2. Mudanças no Mercado:

O mercado está sempre em evolução, e as empresas precisam se adaptar para sobreviver e prosperar. Mudanças significativas no setor de atuação da empresa, como novas tecnologias ou alterações no comportamento do consumidor, podem exigir uma adaptação cultural para manter a relevância e competitividade.

3. Dificuldades de Atração e Retenção de Talentos:

Uma cultura que não é atraente ou não oferece um ambiente de trabalho propício pode resultar em dificuldades para atrair e reter talentos. Os melhores profissionais procuram organizações que tenham uma cultura mais coerente entre o discurso e a realidade, um propósito claro e desafiador e um bom alinhamento entre valores corporativos e valores pessoais. 

4. Baixo Engajamento e Produtividade:

Baixos níveis de engajamento dos colaboradores e queda na produtividade são indicadores de que a cultura pode estar desalinhada e desconexa da realidade da empresa. Uma cultura forte e positiva motiva a equipe, impulsiona a produtividade e fomenta a inovação.

5. Processos de Fusões e Aquisições:

Processos de M&A são momentos críticos para a cultura corporativa, pois envolvem a integração de culturas distintas. Nesse cenário, costumo dizer que não é a cultura de uma empresa ou da outra que fica, mas uma terceira cultura surge para unificar essas duas. 

Tá… Mas como revisar a cultura da minha empresa?

A cultura mora dentro de elementos sensíveis, ritos, valores, discursos, processos e elementos visuais. Comece com um diagnóstico cultural para entender as percepções, comportamentos e atitudes predominantes na organização. Ferramentas como pesquisas, entrevistas e grupos focais podem ser muito úteis. Entretanto, não subestime as conversas do "cafezinho". A maneira como as pessoas estão se comportando, o que tem sido mais valorizado pelos seus colaboradores. Um bom diagnóstico contempla dados quantitativos, qualitativos e uma boa dose de observação. Aqui, o mais importante é a escuta ativa. Criar um espaço que as pessoas sintam-se à vontade para falar o que pensam sem julgamento de certo ou errado. 

Com base no diagnóstico, reafirme os valores que permanecem relevantes ou defina novos valores que estejam alinhados com a direção estratégica da empresa. A comunicação dos valores e da cultura desejada deve ser clara, consistente e contínua. Uma mudança cultural não acontece do dia para a noite, não agrada a todos e exige da liderança muita persistência para, através do exemplo, setar o novo modos operandis da empresa.

Jamais subestime a importância de capacitar liderança e colaboradores para que eles possam viver os valores da empresa no dia a dia. Workshops, treinamentos e momentos de reflexão coletiva são essenciais, bem como a criação de ritos e rituais que endossem esse novo momento da empresa. Fator importante aqui é: seja intencional. Ritos e rituais que se conectam com os valores  tem a função de reforçar aquilo que a sua empresa acredita. Elimine o que não faz mais sentido. 

A cultura é dinâmica e deve ser constantemente avaliada e ajustada conforme a empresa evolui. Crie mecanismos de feedback que permitam monitorar a saúde da cultura organizacional e fazer ajustes quando necessário.

Em suma, a cultura organizacional  não é algo que se define uma vez e permanece imutável. É um organismo vivo que respira junto com a empresa, seus colaboradores e o mercado. A atenção constante à cultura é o que diferencia as empresas de sucesso, pois é ela que define a maneira como trabalhamos.

Autor

Luciana Carvalho

Co-fundadora da Chiefs.Group

Co-founder da Chiefs.Group. Experiência de mais de 15 anos atuando em Recursos Humanos. Formada em Psicologia pela PUC-MG, pós graduação em Gestão de Pessoas pela FGV e realizou seu Executive Program em Stanford. Experiência em empresas como Ambev, Sinch e Movile, onde foi protagonista na criação de dois unicórnios no Brasil. Ampla experiência na construção e manutenção de culturas organizacionais fortes com foco em alta performance. Atuação em M&A, Modelo de Gestão, Mudança e Design Organizacional. Conselheira de empresas nacionais e multinacional de capital aberto.

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